2018

Pablo Dreyfus

( traduzido do ingles) Aprendemos que três membros do movimento mundial contra a violência armada estavam em vôo da Air France que desapareceu em 1 de Junho 2009, enquanto voar do Brasil para a França.

Marido e mulher Dr. Pablo Dreyfus e Ana Carolina Rodrigues estavam entre os 228 passageiros que se presume terem morrido. Pablo foi o Gerente de Pesquisa da Viva Rio, no Rio de Janeiro. Ana Carolina também trabalhou no Viva Rio, coordenar as Crianças em Violência Armada Organizada projecto. Dr. Ronald Dreyer, um diplomata suíço, também esteve no avião. Ele era o coordenador da Declaração de Genebra sobre Violência Armada.

Enviamos nossas mais profundas condolências às respectivas famílias, amigos e colegas.

Centenas de nossos membros da rede tenham cumprido Pablo Dreyfus nas reuniões internacionais relacionadas com armas de pequeno calibre. Ele era um especialista mundial em violência armada e à exportação de armas eo tráfico de drogas, bem como contramedidas incluindo corretor regulamentação, detecção, identificação de armas e sistemas de registo. Sua pesquisa foi de fundamental importância para o Brasil na campanha da nova arma lei, o Estatuto do Desarmamento 2003, e na criação da Comissão Permanente do Tráfico de Armas sobre o Congresso brasileiro. O Estatuto já salvou dezenas de milhares de vidas. Embora o foco da Pablo estava na América Latina, ele aconselhou os governos de Angola e Moçambique, entre outros.

Um muito activa e empenhada IANSA membro, Pablo foi um generoso, conhecimentos e boas-humorado fonte de informação para outras pessoas na rede global. Ele representou IANSA em muitas ocasiões em reuniões técnicas e, em 2008, foi um dos oradores da IANSA na reunião bienal de Estados. Pablo era um perito filiadas com o Small Arms Survey, em Genebra, e com a Universidade Latino-Americana FLACSO.

Clique aqui para assistir um vídeo de Pablo falando em uma mesa redonda.

Por favor, compartilhe suas memórias para comemorar os nossos colegas enviando-pablo@iansa.org.Obrigado.

Relatório da CPI do Tráfico de Armas foi o maior rastreamento de armas da América Latina

Relatório da CPI do Tráfico de Armas é aprovado

30/11/2006 – 20:17

 * por Mayra Jucá e Antônio Rangel Bandeira

A derradeira queda de braço entre os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre Tráfico Ilícito de Armas terminou hoje em consenso. Antes da votação, um acordo já garantia a aprovação do Relatório final com 18 propotas, uma a menos das que o documento continha no início das negociações. A proposta vetada, por pressão do Exército, foi a transferência da fiscalização do comércio de armas, munições e explosivos do Exército para a Polícia Federal.


Entre as 18 propostas mantidas, porém, há mudanças significativas como a retirada do dispositivo de disparo das armas de coleção; a manutenção da Resolução 17 da CAMEX, que estabelece a alíquota de 150% para as exportações de armas para os países da América Latina e Caribe; a integração do Sistema Nacional de Armas (Sinarm) ao Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma); o registro das armas das polícias pelo Sinarm; e a marcação da munição vendida para civis.


A reunião que decidiu o texto final a ser votado aconteceu a portas fechadas. Do lado de fora, representantes de diversas religiões, ONGs e parentes de vítimas da violência armada manifestavam-se em favor da aprovação do relatório. A pressão contrária ficou por conta dos deputados ligados ao lobby da indústria de armas e munições e das corporações policiais e militares.

Baseado em dados oficiais, comprovados pela Polícia Federal, o documento da CPI demonstra a falta de controle do Estado sobre suas próprias armas, e a falta de fiscalização do comércio doméstico de armas, e aponta medidas para solucionar o problema. A íntegra do relatório, com mais de 400 páginas, deve ser divulgada amanhã. O relatório incorpora 10 sub-relatórios, entre eles o que foi apresentado no último dia 27 pelo Deputado Raul Jungmann (PPS-PE), sub-relator da Sub-Relatoria de Indústria, Comércio e C.A.C. – Colecionadores, Atiradores e Caçadores.

Maior rastreamento da AL gera dados alarmantes


A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Tráfico Ilícito de Armas durou quase dois e concluiu sua tarefa fazendo denúncias graves e surpreendentes sobre o desvio de armas para o crime organizado no país. Usando seus plenos poderes de investigação, a Comissão conseguiu que os fabricantes de armas do Brasil (sexto exportador de armas pequenas do mundo) rastreassem 10.549 armas apreendidas na ilegalidade. Foi o maior rastreamento já realizado na América Latina. Para realizar esse trabalho, a Comissão contou com a colaboração do Exército brasileiro e com a assessoria técnica da ONG Viva Rio.

Os resultados são alarmantes: 68% dessas armas foram vendidas pela indústria brasileira para o comércio legal e 18% para o Estado. Das armas vendidas para o comércio, 74% foram vendidas para cidadãos e 25% para empresas de segurança privada (o Brasil conta com 4.264 empresas legalizadas, e 3 vezes mais clandestinas). Isto é, a maioria das armas usadas pelos criminosos vieram de lojas legais, através de “cidadãos honestos” ou de empresas de segurança privada. A investigação comprovou o que diziam os que lutavam pela proibição do

comércio de armas durante o referendo popular de outubro passado, e que foram derrotados: que a maior fonte de armas para a delinqüência provêm do comércio legal.

Quanto aos 18% de armas vendidas ao Estado, 71% foram vendidas para as forças de segurança pública, e 27% para as Forças Armadas. Comprovou-se o que já se suspeitava: policiais corruptos vendem armas para o crime organizado no Brasil, como o filme “Cidade de Deus” já mostrava.

Outra descoberta da Comissão de Inquérito foi que grande número das armas apreendidas com bandidos foi originariamente vendido para militares e policiais para uso privado. Descobriu-se que uma lei, da época do regime militar, dá a militares e policiais o privilégio de comprar, de 2 em 2 anos, até 3 armas, diretamente das fábricas, a preço de custo, além de farta munição. Ao final de 6 anos, um militar ou policial acumula até 12 armas novas e grande quantidade de munição, comprada a preço de custo. Muitos acabam vendendo, e esse armamento vai armar a criminalidade. A Comissão considera essa lei incompatível com a democracia, e exige sua revogação.

A Comissão comprovou que 14% das armas brasileiras apreendidas pela polícia no Brasil tinham sido previamente exportadas para o Paraguai, e daí voltaram para o crime organizado no Rio de Janeiro.

A Comissão também levantou o perfil de 146.663 armas apreendidas no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, e concluíu que 83% das armas apreendidas na ilegalidade são de fabricação brasileira, e não armas importadas, demonstrando a importância decisiva de controlar os desvios de armas dentro do país. Quanto ao contrabando, revelou-se que se faz principalmente por 3 rotas: armas vindas do Paraguai, passando pela Argentina e entrando pelo sul do Brasil; armas vindas da Europa pelo porto holandês de Roterdam, passando por Suriname, ex-colônia holandesa, e daí penetrando no Brasil; e armas vindas dos Estados Unidos, via Panamá e México.

A combinação entre a proliferação de armas e a corrupção policial explica em grande parte porque o Brasil tem a maior taxa absoluta de mortes por arma de fogo do mundo: cerca de 100 mortos por dia, mais que nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

100 motivos para entregar sua arma

1)           O Brasil é a nação em que mais se mata e mais se morre por arma de fogo do Planeta.

 2)           No Brasil, morrem por dia uma média de 108 pessoas e 53 ficam feridas por arma de fogo.

 3)           Arma de fogo mata mais que acidente de trânsito.

 4)           67% das mortes de homens entre 15 e 34 anos é causado por arma de fogo.

 5)           Só no ano passado, foram 36 mil mortos a tiros. É uma pessoa a cada 15 minutos.

 6)           O Brasil é o país em que mais se morre e mais se mata com arma de fogo no mundo.

 7)           O Brasil tem 2,8% da população mundial, mas responde por 7% dos homicídios com arma de fogo em todo o mundo.

 8)           No Brasil morre-se mais por arma de fogo (29,6%) do que por acidente de trânsito (25,1%).

 9)           A arma de fogo é a primeira causa de morte de homens jovens no Brasil.

 10)       No Brasil a probabilidade é 2,5 mais alta de um jovem morrer por arma de fogo (34%) do que num acidente de trânsito (14%).

 11)       O homem que se arma tem a ilusão de que está protegido. Isso só acontece no cinema. Na vida real, o bandido tem a iniciativa do assalto e vai escolher o momento em que você está distraído. Se você tentar pegar sua arma, provavelmente vai morrer.

 12)       Uma pessoa com arma em casa tem 57% mais chance de ser assassinada do que quem está desarmado.

 13)       Se o criminoso encontrar sua arma no carro ou na sua casa, vai usa-la contra você e sua família e ainda leva-la consigo.

 14)       A maioria dos homicídios é cometida por desentendimentos e agressões entre parentes ou conhecidos: brigas em boates, bares, trânsito, torcidas de futebol ou mesmo em casa. São momentos onde agressões físicas são substituídas por tiros.

 15)       Para ser ter uma idéia, só na Zona Sul de São Paulo em 46% dos homicídios vítima e autor se conheciam.

 16)       Qualquer um pode perder a cabeça e, com arma ao alcance da mão, se transformar num assassino!

 17)       Ao contrário do que a maior parte das pessoas pensa, entre todas as mortes por armas de fogo apenas 10% são o resultado de latrocínio (roubo seguido de morte).

 18)       Mais de 70% das armas apreendidas com bandidos são de fabricação nacional.

 19)       A cada três pessoas internadas em hospitais por ferimentos a bala, uma foi acidente com arma. E as crianças acabam sendo as principais vítimas.

 20)       A cada dia morrem em média quatro brasileiros por suicídio com arma de fogo.

 21)       O Rio Grande do Sul é um dos estados mais armados do Brasil e ocupa o segundo lugar em suicídios por arma de fogo no país. Pesquisa feita pelo Dr. David Hemenway, da Universidade de Harvard, conclui que em todo mundo “onde tem mais armas de fogo, tem mais suicídios”.

 22)       Involuntariamente o “homem de comum” que compra uma arma na loja acaba abastecendo o crime quando a sua arma é roubada num assalto, perdida ou revendida a terceiros.

 23)       A cada ano, só no Estado de São Paulo, 11 mil armas legais são roubadas ou furtadas e passam para as mãos de criminosos.

 24)       Desarmar os criminosos é trabalho para a polícia. Quase todos (90%) os artigos do novo Estatuto do Desarmamento tratam de dar meios para a polícia melhor combater o crime organizado (penas altas para contrabando de armas, marcação de arma e munição, banco nacional de dados, etc).

 25)       É um mito achar que as armas que nos ameaçam são armas de cano longo, estrangeiras, contrabandeadas. Pesquisas feitas com a Polícia Civil no Rio de Janeiro revelou que 74% das armas apreendidas em situação ilegal são brasileiras e 78% são pistolas e revólveres.

 26)       As armas estrangeiras e de cano longo são usadas nos enfrentamentos entre quadrilhas, entre criminosos e a polícia. O que nos ameaça nos assaltos são pistolas e revólveres, na maioria produzidas na Brasil. Daí a importância do controle sobre essas armas legais, como prevê o Estatuto do Desarmamento.

 27)       Os crimes cometidos com arma de fogo são muito mais letais do que os cometidos com armas brancas.

 28)       A chance de morrer numa agressão com arma de fogo é de 75%, enquanto com arma branca é de 36%.

 29)       As armas de fogo podem atingir várias pessoas em poucos segundos, como acontece em massacres coletivos, e provocam mortes por balas perdidas. Segundo a Polícia Civil, há 40 vítimas de balas perdidas por mês no Rio de Janeiro.

 30)       O sistema de saúde pública gasta cerca de R$ 12.000 com cada vítima de arma de fogo. Valor que poderia ser utilizado para tratar de inúmeros doentes, comprar remédios, melhorar hospitais…

31)       A Campanha de Desarmamento já reduziu o número de homicídios e de ocorrências com arma de fogo. Em Maringá, o número de assassinatos por arma de fogo caiu 30%.

 32)       No estado de São Paulo, o número de homicídios já caiu 18,5% e a quantidade de armas nas ruas 24%.

 33)       Onde há uma arma e duas pessoas, há um homicídio em potencial.

 34)       O objetivo da Campanha do Desarmamento não é tomar armas de bandidos – função que deve ser exercida pelas polícias – mas sim fazer com que o cidadão de bem não tenha armas de fogo em casa, para evitar homicídios decorrentes de discussões banais, com brigas em família, no trânsito, em bares, e brincadeiras de crianças com revólver, que muitas vezes acabam em tragédias.

 35)       O importante é criar novos paradigmas de negação da violência, paradigmas de uma vida melhor para todo mundo. “Viver melhor significa ter um país mais seguro.”

 36)       Cada dez vezes que um cidadão de bem saca uma arma, em nove o bandido leva vantagem.

 37)       Segundo o relatório da Control Arms, existem por volta de 650 milhões de armas de pequeno porte no mundo hoje, a maioria nas mãos de homens, e nesse cenário, as mulheres sofrem diretamente e indiretamente de violência por armas de fogo.

 38)       Um estudo feito nos Estados Unidos mostra que a presença de uma arma de fogo em casa aumenta o risco de alguém naquela residência ser assassinado em 41%; e o risco para as mulheres aumenta 272%.

 39)       Na África do Sul uma mulher morre a cada 18 horas assassinada pelo marido ou ex-marido.

 40)       Entre 1995 e 2003, quando o Canadá intensificou as leis sobre armas de fogo, o índice de homicídio de mulheres caiu 40%.

 41)       Cinco anos depois que a Austrália intensificou as leis sobre armas de fogo, em 1996, a taxa de homicídio de mulheres diminuiu pela metade.

 42)       A vítima de um ataque com uma arma de fogo tem 12 vezes mais chances de morrer do que a vítima de um ataque por facas, agressões físicas, etc.

 43)       As mulheres quase nunca compram armas, usam armas ou possuem uma arma, mas elas continuam sofrendo as conseqüências das armas de fogo.

 44)       Um cidadão armado tem 57% mais chance de ser assassinado do que os andam desarmados.

 45)       A cada 13 minutos cai alguém fulminado por um tiro.

 46)       9 entre cada 10 homicídios são praticados com arma de fogo no país.

 47)       Em São Paulo, quase 60% dos homicídios são cometidos por pessoas sem histórico criminal e por motivos fúteis.

 48)       No Rio de Janeiro, um em cada dois jovens que morrem, é vítima de arma de fogo. As armas de fogo provocam um custo ao SUS de mais de 200 milhões de reais.

 49)       A violência consome 10,5% do PIB na América Latina.

 50)       Nos EUA, para cada vez que um cidadão usa uma arma de fogo para matar em legítima defesa, houve 131 casos de assassinatos, suicídios e acidentes envolvendo armas.

 51)       A chance de  uma mulher morrer assassinada com arma pelo marido ou amante é duas vezes maior do que por um desconhecido. Quem tem arma em casa tem quase 3 vezes mais chances de morrer em um assalto do que os que estão desarmados.

52)       As grandes cidades, onde estão concentradas as armas de fogo, detém a maioria dos homicídios.

 53)       As armas representam muito mais risco do que a segurança para quem as porta.

 54)       Defender uma sociedade menos armada é muito mais do que uma visão ideológica ou romântica, mas definitivamente uma opção por uma sociedade mais pacífica e onde todo nós possamos estar de fato mais seguros.

 55)       A imensa maioria dos crimes é cometida com armas brasileiras e de calibre permitido!

 56)       Das armas apreendidas pela polícia no Rio de Janeiro, mais de 80% eram brasileiras e 90% de calibre permitido, ou seja, mesmo que o bandido não compre armas em uma loja, são armas que entram de forma legal as mais utilizadas para roubar e matar em nosso país. A figura do traficante usando um fuzil ou metralhadora é assustadora, mas representa um número ínfimo de mortes se comparados às vítimas dos tradicionais revólveres calibre 38.

 57)       Muitas armas chegam nas mãos dos bandidos depois de roubadas de pessoas que as compram achando que vão se defender, ou então são desviadas por empresas de segurança ou até pela polícia. Só em São Paulo, em cinco anos, mais de 70.000 armas registradas foram roubadas. Proibir a venda de armas no país teria, portanto, efeito significativo na queda do número de armas nas mãos dos criminosos.

 58)      Quase metade dos homicídios são cometidos por pessoas que não são ligadas ao crime, que não tem antecedentes criminais e que não têm porque terem armas ilegais.

 59)      Ao contrário do que muitos pensam, cerca de metade dos homicídios não são cometidos por bandidos em assaltos ou chacinas. Centenas de pessoas morrem todas as semanas assassinadas por indivíduos sem antecedentes criminais e que se conhecem. São aquelas que perdem a vida em situações banais: brigas de trânsito, em bares ou ainda assassinadas dentro de casa pelos familiares. É muito difícil evitar que este conflitos ocorram, mas, se conseguirmos reduzir o número de armas, o que poderia ser agressão não se tornará mais um assassinato.

 60)       Uma pesquisa realizada em São Paulo alerta para a queda das lesões corporais e o aumento dos homicídios na capital e situação inversa na interior. Percebe-se que a maior facilidade na obtenção e no uso de armas nas grandes cidades tem transformado brigas em assassinatos, feridos em mortos, discussões em tragédias, todos os dias. Já no interior, onde a presença de armas de fogo é menor, o aumento da violência se reflete em um crescimento das lesões corporais ou seja, agressões que são graves, mas não causam a morte.

 61)       Mesmo que a lei do desarmamento só consiga reduzir uma parte dos homicídios, já terá prestado um grande serviço à nação, podendo salvar milhares de vidas anualmente. Poucos atos do Congresso Nacional podem ter tanto efeito prático em tão pouco tempo.

 62)       Nos últimos vinte anos o número de brasileiros assassinados aumentou 273%, sete vezes mais do que o crescimento populacional. Só no ano de 1998 quase 50.000 pessoas foram mortas, sendo que cerca de 45.000 vítimas do uso de armas de fogo.

 63)      Devido aos tristes dados do Brasil em relação a homicídios, a ONU nos deu o título de país que mais mata com armas de fogo no mundo. Para se ter uma idéia, a chance de um brasileiro morrer por arma de fogo é 3 a 4 vezes maior do que a média mundial.

 64)       Nossa realidade se torna ainda mais assustadora por sabermos que os jovens as maiores vítimas da violência que nos assola. Só em 1998, 6.876 jovens, entre 10 e 19 anos, foram assassinados no Brasil. Apenas no Rio de Janeiro, 8 pessoas entre 15 e 24 anos perdem a vida todos os dias, vitimados por armas de fogo. Nesta faixa etária, a chance de uma pessoa ser morta com arma de fogo é 4,5 vezes maior do que o restante da população.

 65)       Os índices brasileiros de homicídios retratam de forma fria os milhares de rostos de vítimas e a tristeza de familiares inconsolados diante da violência causada por revólveres e pistolas em todo o país.

 66)       Não devemos assistir inertes que mais vidas se percam todos os dias até que se proíba, de uma vez por todas, a venda de armas em nosso país.

 67)       A violência armada não é só um problema de aplicação de lei, ou um problema de segurança nacional. Esta forma de violência tem gerado uma enorme crise na saúde pública mundial.

 68)       A violência produzida por armas pequenas causa um sofrimento imenso a amigos e familiares de milhares de mortos e de mais de um milhão de feridos no mundo a cada ano. Além dos efeitos imediatos, há as lesões físicas e psicológicas permanentes, e destruição de famílias, a perda de produtividade econômica e o desperdício de recursos dos serviços de Saúde Pública, fatores difíceis de serem avaliados.

 69)       A classe média internacional se depara com grandes desafios ao tentar atender às necessidades imediatas das vítimas de armas de fogo, devido ao alto custo da reabilitação física e psicológica imprescindíveis a tantas delas.

70)       O próprio desenho das armas pequenas, fácil de portar e de esconder, resistente e duradouro, com preço baixo e um grande poder letal, dificulta muito a apreensão, prejudicando sistemas de Saúde Pública e desenvolvimento ao redor do mundo.

 71)       Cerca de 500 mil pessoas morrem no mundo todo a cada ano, vítimas de ferimentos causados por armas pequenas usadas para solucionar conflitos, no crime e em outros eventos violentos.

72)       O custo das mortes com armas de fogo consome 14% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina, 10% do PIB do Brasil e 25% do PIB da Colômbia.

 73)       Armas pequenas atuam com um vírus contagioso, que atravessa fronteiras políticas e econômicas com facilidade, causando danos às populações vulneráveis, em particular as localizadas em áreas pobres, politicamente instáveis e sob o domínio de conflitos políticos.

 74)       As mulheres são vítimas armada duas vezes. Elas sofrem os efeitos negativos da violência armada como vítimas e como mães, esposas, namoradas e irmãs dos que foram mortos e feridos por armas de fogo.

 75)       Com freqüência, as mulheres têm que suportar o peso de sustentar uma família, e conforta-la emocionalmente depois que o chefe da família é morto ou ferido com gravidade a ponto de não poder mais trabalhar.

 76)       As mulheres são vítimas freqüentes de crimes violentos, ataques domésticos, violência sexual, suicídios e acidentes com armas de fogo graças à pronta disponibilidade de armas – sejam elas possuídas de forma legal ou ilegal.

 77)       Ao contrário da crença popular, as armas não protegem as mulheres em casos de violência doméstica.

 78)       A presença da arma em casa aumenta a possibilidade de que uma relação abusiva acabe se tornando fatal.

79)       Casos de agressão doméstica e violência sexual envolvendo armas de fogo têm chance muito maior de resultarem em morte do que aqueles que não envolveram armas.

 80)       Segundo estudo do New England Journal of Medicine (Estados Unidos, 1993), lares com armas de fogo correm mais risco de homicídios entre familiares do que lares sem armas.

 81)       As mulheres têm uma noção bastante diferente sobre a segurança daquela dos homens. Em termos gerais, as mulheres consideram a presença de armas de fogo em casa como uma ameaça, enquanto os homens se sentem mais seguros. Com freqüência, as armas se tornam um símbolo do poder masculino e são usadas para promover o uso da violência para solucionar conflitos.

 82)       Homens que trazem armas para casa tentando garantir a segurança da família estão na verdade pondo estas pessoas em maior risco. Dados do Violence Policy Center (Estados Unidos, 1999) revelam que uma arma de fogo em casa aumenta em cinco vezes o risco de suicídio para mulheres, enquanto o risco de homicídios de mulheres triplica.

 83)       A idéia de que ter uma arma em casa é um modo efetivo de proteção contra criminosos é errada. Vários estudos revelam que é muito mais provável que o indivíduo use uma arma contra seu parceiro ou parceria, ou ainda contra um membro da família, do que a use contra um estranho.

 84)       A violência está demais. A taxa de homicídios por arma de fogo no Brasil é cinco vezez mais alta do que nos EUA, um país violento.

 85)       O jovem é uma grande vítima. No Rio de Janeiro, morrem por arma de fogo 24 vezes mais homens do que mulheres na população de 14 a 24 anos.

 86)       O jovem carioca corre 55 mais de chances de ser morto por arma de fogo do que um jovem nos Estados Unidos, país que também é violento.

 87)       Ter arma em casa é um perigo. Todas as pesquisas sérias sobre o uso de arma concluem que ela é muito mais um risco do que uma boa defesa, o alegado “direito de defesa” de o homem ter uma arma para proteger sua casa, na verdade viola o direito de sua família à segurança.

 88)       Segundo pesquisa feita nos Estados Unidos, uma arma de fogo em casa têm 22 vezes mais chances de ser usada em homicídios, acidentes ou suicídios do que para defesa.

 89)       O assassino por ser você.

 90)       Nos Estados Unidos, 14% das vítimas de armas de fogo entre 1976 e 2000 foram mortas por familiares, 37,3% por conhecidos, e apenas 15% por estranhos, segundo o Ministério da Justiça daquele país. No Rio, um em cada três crimes com vítimas de arma de fogo envolve uma pessoa conhecida, como parente, amigo, colega, vizinho ou empregado.

 91)       Armas causam graves acidentes. No Brasil, os acidentes são a principal causa de internação de crianças com lesões por arma de fogo. Crianças sentem grande atração por armas.

 92)       Armas são usada em suicídios. A cada dia morrem em média quatro brasileiros pro suicídio com arma de fogo.

 93)       “Quem reage morre”. Na maioria dos casos em que o cidadão tente reagir com uma arma a um assalto, o resultado é trágico para a vítima.

 94)       Tirar armas de circulação ajuda a desarmar o bandido. No Rio, um terço (33%) das armas do crime foi comprado legalmente, por “homens de bem” e posteriormente acabou caindo nas mãos erradas.

 95)       As armas de fogo matam mais. Quando a agressão é feita com arma de fogo, a vítima corre duas vezes mais risco de morrer do que quando se usa outro tipo de arma.

 96)       As mulheres são a favor do desarmamento. As mulheres não gostam de arma porque, quando o homem mata ou morre pelo uso de arma, a mulher assume a dor e o sustento da família. A violência armada é um problema criado por homens mal-informados ou inseguros. Cabe às mulheres convencer os homens das trágicas conseqüências do uso de armas. Daí o slogam feminino “Arma Não! Ela ou Eu!”

 97)       No município do Rio, 94 dos que morrem por arma de fogo são homens.

 98)       O risco de um homem de 20 a 24 anos morrer por arma de fogo no município do Rio é 30 vezes mais alto do que de uma mulher na mesma faixa etária.

 99)       A Campanha do Desarmamento já faz efeito: No Paraná, a Campanha já reduziu em 20% o número de homicídios e em 34 as ocorrências com arma de fogo.

 100)  A campanha de entrega de armas é a oportunidade que você tem de se desfazer de sua arma e ser remunerado pelo governo, dentro da lei. Você pode receber de R$100 a R$300 de indenização. A partir de Outubro, quem tiver arma não registrada poderá ser preso. Quem tem uma arma, tem um problema. Essa campanha está aí para ajudar você a resolve-lo.

Referendo documentário sobre o desarmamento no Brasil.

Este filme estreia em: 21 de Setembro de 2012 Documentário sobre a questão do desarmamento em nosso país, um tema polêmico por tocar em questões muito delicadas. No dia 23 de outubro de 2005, o Brasil votou em uma eleição incomum. Não se tratava de eleger partidos ou representantes para cargos legislativos ou executivos. A questão era responder “sim” ou “não” a uma única pergunta: “O comércio de armas e munição deve ser proibido no Brasil?” A discussão, que teve início na época, perdura até hoje, pois diz respeito a cada um de nós. FICHA TÉCNICA Diretor: Jaime Lerner Elenco: Produção: Ismael Moraes Roteiro: Jaime Lerner Fotografia: Jaime Lerner Trilha Sonora: Daniel Sá Duração: 90 min. Ano: 2012 País: Brasil Gênero: Documentário Cor: Colorido Distribuidora: Não definida Estúdio: Manga Rosa Filmes, Usina Ideias, Visom Digital Classificação: Livre

Veja o filme ARMADOS documentário TV Futura 

O Brasil, uma nação que não está em guerra e não tem nenhum conflito interno, está entre os países onde mais se mata e morre por armas de fogo. Esta foi a surpreendente conclusão da Organização Mundial da Saúde em seu último estudo sobre o tema e que nos faz refletir no documentário sobre o impacto dessas armas na saúde e nos direitos humanos do brasileiro. “Armados” é uma co-produção do Canal Futura e da TVa2 Produções e estreia na grade do Canal Futura no dia 19/04, às 21h

VENCEDORES:  Mostra Curta Tudo sob a ótica de júri popular

Em 3º lugar: Cabeça Papelão de Quiá Rodrigues

Em 2º lugar: Antônio e Maria de Sandoval Dourado

Em 1º lugar: Aquém das nuvens de Renata Martins

Mostra Principal sob a ótica de júri popular

Melhor filme de curta duração documentário: Praça do Skate de Paulo China

Melhor filme de curta duração ficção: Nuestra arma es nuestra lengua de Cristian Cartier Ballve

Melhor filme de longa duração documentário: Belo Monte anúncio de uma guerra de André D’Elia

Melhor filme de longa duração ficção: Farts of fury (Peidos de fúria) de Andres Maimik e Rain Tolk

Mostra principal sob a ótica do júri oficial

Melhor filme brasileiro de curta duração documentário: Praça do Skate de Paulo China

Melhor filme brasileiro de curta duração ficção: A Libélula e o Sapinho de Carlos Avalone

Melhor filme estrangeiro de curta duração documentário: Meu nome é Bongo de Cecília Engels

Melhor filme estrangeiro de curta duração ficção: Nuestra arma es nuestra lengua de Cristian Cartier Ballve

Melhor filme brasileiro de longa duração documentário: Armados de Rodrigo Mac Niven

Melhor filme brasileiro de longa duração ficção: Ritos de passagem de Chico Liberato

Melhor filme estrangeiro de longa duração: Farts of fury (Peidos de fúria) de Andres Maimik e Rain Tolk

O Júri Oficial do Festival concede a título de menção honrosa o troféu Esquina do Mundo para os filmes:

 Belo Monte anúncio de uma guerra de André D’Elia

Luminaris de Juan Pablo Zaramella

Não deixe Joana só de Cecília Engels