9ª edición un Arma no es un Juguete (22/nov/2019) https://theworldmarch.org/9edicion-arma-no-es-juguete/
Tras el inicio de la Marcha, Brasil (13/nov/19) https://theworldmarch.org/tras-inicio-de-marcha-brasil/

N.COM Prefeitura de Londrina (2009 25/out) https://blog.londrina.pr.gov.br/?p=64182
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Título da Reportagem “Londrina é citada como exemplo em livro sobre desarmamento”
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Armas para quê?

Correio Braziliense – Antônio Rangel Bandeira – 08/10/2019

Desde a Conferência da ONU sobre tráfico de armas em 2001, o mundo avançou muito no controle de armas. Só o Brasil está regredindo nessa política. Até mesmo países conhecidos como “paraísos das armas” se alinham a essa tendência. Na Suíça, 63,7% da população votaram em plebiscito por maiores restrições às armas. Sua fabricante de armas Ruag foi proibida pelo Parlamento de abrir fábrica no Brasil “para não botar em risco a reputação da Suíça”, diante da violência que suja a imagem do Brasil. A Nova Zelândia também tornou a lei de armas mais restritiva, depois do massacre em duas mesquitas no ano passado. Até o governo Trump, acossado por massacres sucessivos, promete rever a liberação da venda de armas para quem não comprove bons antecedentes criminais e saúde mental.

Lançamento do Livro out 2019

Trabalhei com um grupo de especialistas da ONU, dando treinamento para militares e policiais de 19 países, e comprovei a preocupação crescente com o controle de armas. Devemos aprender com a experiência de outros povos. Por exemplo, o Japão, que abandonou uma cultura militarista que tinha até a Segunda Guerra, investiu na cultura de paz, em educação, no bom treinamento da polícia, e tem uma das leis mais restritivas sobre uso de armas por civis. Resultado: em todo o ano de 2017, teve apenas três homicídios por arma de fogo, enquanto o Brasil amargou 47.500 homicídios naquele ano, 130 por dia!

Os países democráticos e desenvolvidos implementam políticas públicas baseados em conhecimento científico, em pesquisas rigorosas, e não em “achismo” como nós. Cresce com nosso governo o desprezo pela ciência, e políticas passam a ser norteadas por ideologia e crenças atrasadas. Como a de incentivar a autodefesa, para que o cidadão se defenda sozinho, em vez de se melhorar a polícia para que proteja todos os cidadãos com eficiência. Isso quando todo especialista sabe que a arma é boa para ataque, mas precária para autodefesa, porque quem assalta conta a seu favor com o determinante fator surpresa. Em 1995, o deputado Jair Bolsonaro foi assaltado, e levaram sua moto e a pistola Glock que portava. Ele admitiu na ocasião: “Mesmo armado, me senti indefeso”. Essa é a realidade do assalto, e não a fantasia do cinema. Pesquisas mostram que, de cada 10 pessoas que reagem com arma a um assalto armado, sete são baleadas. Os números falam por si. O resto é ilusão.

No Congresso, parlamentares que tiveram suas campanhas financiadas pela indústria de armas querem derrubar nossa lei de controle de armas. Lei admirada e copiada a nível internacional por ter evitado a morte de mais de 197 mil brasileiros, num período de 12 anos, segundo pesquisa do respeitado Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo. O chamado Estatuto do Desarmamento tem contido o aumento dos homicídios, que só não são mais baixos porque não foram feitas reformas na polícia, no sistema prisional, no Judiciário, nem se reprime com inteligência o narcotráfico e as milícias. Como a violência urbana é um fenômeno complexo, exige um somatório de medidas, não bastando o controle de armas. Mas sem a lei vamos abrir as portas do inferno, agravando uma situação que faz do Brasil, em números absolutos de homicídios, o país mais violento do mundo.

Contrariando a vontade de 70% dos brasileiros, que segundo o Datafolha de julho passado se manifestaram contra o porte de armas, isto é, que civil possa andar na rua com arma na cintura, a chamada Bancada da Bala pretende tentar aprovar o porte. Contra essa ameaça, que nos igualaria aos EUA nos massacres frequentes em escolas e igrejas, 15 entidades importantes, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Iniciativa das Religiões Igrejas Unidas, e parlamentares contrários à violência armada, vão promover um ato amanhã, às 15 horas, na Câmara Federal. Constará do lançamento do meu novo livro Armas para quê? (Editora LeYa), dedicado in memorian à jornalista do Correio Braziliense Valéria de Velasco, que tanto lutou pela aprovação e implementação do Estatuto do Desarmamento, e debateremos formas de preservar uma lei que tem salvado tantas vidas. Convocamos os brasilienses de bem a apoiarem essa luta, para que o Congresso coloque a segurança da população acima dos interesses do monopólio da indústria CBC/Taurus.

FONTE https://leya.com.br/armas-para-que/
Catálogo
Ficha técnica
ISBN: 978-85-7734-681-3
Formato (LAP): 16 x 23 x 2,1 cm Págs: 416
Gênero: Não ficção, sociologia, política, sociedade

Armas para quê?

Antônio Rangel Bandeira

O livro mais completo sobre a controversa relação entre armas de fogo, cidadãos, violência e segurança pública no Brasil e no mundo

A obra mais completa sobre a controversa relação entre armas de fogo, cidadãos, violência e segurança pública. Reunindo dados, argumentos e experiências, o sociólogo Antônio Rangel Bandeira apresenta e fundamenta o que há de mito e de verdade na tese de que armar a população é um instrumento de proteção da sociedade. Trata-se de um guia indispensável para entender os números sobre o controle de armas no Brasil e no mundo – e o que deu ou não deu certo na defesa da vida.

Assim como ocorria em tempos antigos, quando a guarda só protegia o rei, a nobreza e o território do reino, deixando os súditos entregues à própria sorte, o governo do presidente Jair Bolsonaro propõe que as pessoas se armem e se defendam sozinhas. Segundo Bandeira, essa é uma regressão motivada acima de tudo pela descrença num poder público incompetente e por determinada visão das causas da atual violência urbana. No livro, com a experiência de quem coordenou a campanha de desarmamento na época do Estatuto do Desarmamento no Brasil, e de quem foi instrutor de armas do Exército, ele avalia esses fatores e narra de forma inédita a história da luta pelo controle de armas. O autor faz isso a partir de uma escrita simples e fluida, inserindo fatos, números e pesquisas em seus devidos contextos históricos e políticos, revelando casos de bastidores e relatando atitudes corajosas que salvaram milhares de vidas.

Armas para quê? é uma obra contrária às iniciativas atuais de flexibilização da posse e do porte de armas no Brasil, mas não se destina apenas aos leitores igualmente resistentes às armas. Todos, prós e contra, encontrarão no livro a oportunidade de ter acesso a informações pouco divulgadas sobre o universo das armas, cujo mercado se mantém oculto por fortes interesses comerciais e por cidadãos que não cumprem a lei. Quais as armas que circulam no Brasil? Quem as possui? De onde vêm? Para onde vão? Como são usadas? Qual seu impacto na segurança e na saúde públicas?

As perguntas são muitas, já começando pelo título, mas a leitura não deixa dúvidas. Como mostram as diversas pesquisas e dados que o autor apresenta, quem mais tem a perder com o descontrole de armas é a própria população, que verá os índices de violência armada fugirem totalmente ao controle.

Nas palavras do ex-ministro da Segurança Pública Raul Jungmann, que assina o prefácio, o Armas para quê? “é um guia indispensável para todo cidadão, incluindo policiais, parlamentares, estudantes, professores, formadores de opinião, autoridades civis e militares, ONGs, Judiciário e Ministério Público. Apenas um amplo e aberto movimento pelo controle das armas, pela vida e pela paz poderá barrar a barbárie e a regressão que nos ameaçam.”

Onde comprar  https://leya.com.br/armas-para-que/

Sobre o autor: Antônio Rangel Bandeira foi diretor do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, professor da Universidade Candido Mendes e do Instituto Bennet. Tem pós-gradução da York University (Toronto, Canadá). No campo do controle de armas, foi, entre outras funções, instrutor de armas de fogo no Regimento Escola de Infantaria do Exército, consultor da ONG Viva Rio e do Escritório da ONU sobre Drogas e Crimes (UNDOC), de Viena. Colaborou com a política de controle de armas dos governos dos EUA e de mais 14 países da América Latina e África. No Brasil, colaborou na elaboração e aprovação do Estatuto do Desarmamento e coordenou a maior destruição pública de armas (100 mil) no Rio de Janeiro, a partir da experiência do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela.