Colégio Interativa Londrina
Rua Ivaí, 31 Vila Nova  CEP: 86.025-440
Fone: 43.3376-8500
Diretora: Jane Orsi
E-mail contatori@interativalondrina.com.br

Professor coordenador dos trabalhos:
Bruna Carolini Barbosa

Membros da comissão julgadora:
Paula Andrea Fontoura Massi Disciplina que leciona: Espanhol
Regia Rodrigues Disciplina que leciona: Arte
Luísa Negrão Disciplina que leciona: Língua Portuguesa

Desenho
Nicolas de Almeida Muller  
Idade: 16 anos série: 2ª Série Ensino Médio
Professora orientadora: Bruna Carolini Barbosa

Texto
Cecilia Dal Bosco Rezzadori
Idade: 10 anos série: 5º ano 5TA Ensino Fundamental Anos Iniciais 
Professora orientadora: Viviane Alexandrino

Uma cidade e um mundo melhor

            Para mim, Londrina é uma cidade de paz. Só acho que muitos não respeitam a pandemia e isso é um problema! Mas voltando o assunto, eu vou falar o que eu faço e o que eu devia fazer para contribuir para que Londrina e o mundo se tornassem melhor daqui 19 anos, em 2040

            O que faço: Respeito as pessoas, não demoro muito no banho e não gasto tanta água, respeito a pandemia, estudo direitinho, ajudo os meus pais, cuido do meu irmão, jogo lixo no lixo, ajudo os mais velhos, cuido dos animaizinhos e aproveito a infância.

            O que posso fazer, pensando no futuro? Ficar menos nos eletrônicos e curtir mais a vida, cuidar da cidade, cuidar mais da minha casa, votar consciente, lutar pela igualdade, acabar com o preconceito, lutar por uma saúde melhor e lutar por uma educação melhor.

            Além disso, o que as pessoas podem fazer? Não desperdiçar comida, não desmatar, respeitar todos igualmente, independente da religião ou cor da pele, não ter mais trabalho infantil, reciclar, doar mais e comprar menos, ficar menos em eletrônicos, acabar com a caça.

             Eu acho que é isso que as pessoas devem fazer para ter um mundo melhor e uma cidade melhor em 2040, e eu espero que todos contribuam para que o mundo e Londrina virem um lugar melhor, assim como todos imaginam um lugar lindo sem roubo, caça, sem lutas, sem maldades, sem guerras, sem conflitos e muitas outras coisas ruins que podem acontecer no nosso dia a dia, mas sim com amor, paz, felicidade e respeito.

Texto de Professor
Raquel Cardoso Disciplina que leciona: Arte

As várias faces da tolerância

              Era uma quarta-feira, estávamos juntos na aula de arte do quarto ano do ensino fundamental. Discutíamos a representação da mulher na arte pré-colombiana quando comentei que os fragmentos da escultura estudada foram encontrados no subsolo da catedral da Cidade do México. Imediatamente, a  Manuela me perguntou: “tia, por que a escultura estava debaixo da catedral?”. Respondi que a catedral católica tinha sido construída pelos colonizadores em cima de um antigo templo asteca e que várias obras de arte foram destruídas nesse processo. A indignação tomou conta de alguns alunos: “Eles destruíram tudo?”, “Por que eles construíram por cima?”. O João André, na sua sabedora de criança, bravejou: “Se fosse eu, construía do lado, aí seriam duas construções diferentes que poderíamos estudar na aula de arte”.

             Olhei para meus alunos atentamente, todos eles tão jovens e tão questionadores e tomei consciência da importância de nossa discussão. Durante as aulas sobre arte pré-colombiana, procurei um modo de tornar essa aprendizagem significativa, alguma forma de me aproximar dos alunos e encontrar uma maneira de afetá-los. Foi nesse momento de escuta, espontâneo, que senti que tinha alcançado um objetivo mais relevante que o teórico. A docência em arte é um campo fértil para estimular a troca de culturas e ensinar o respeito ao patrimônio cultural e artístico de diversos povos.

             Mais do que reconhecer as semelhanças e diferenças entre a cultura asteca e a europeia, aulas como essa devem propiciar o exercício da empatia, acolhimento da diversidade de indivíduos. É preciso fomentar a valorização dos diferentes grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Como a história da América Latina teria sido diferente se tivéssemos adotado o ponto de vista do João André.

              Pensar e problematizar a docência em arte é inscrever-se na tarefa de arriscar-se a formular aulas diferentes, a se resinificar como professora, como pesquisadora e como artista, num exercício de tensão e criação constante. Não basta assumir que a colonização americana foi intolerante, precisamos pensar quais são as saídas, quais as possíveis resistências e quais práticas pedagógicas favorecem a tolerância.

Texto de Pai (ou responsável)
Franciela Silva Zamarian Nível de escolaridade: Mestra 

“Eu tenho um sonho”… e podemos construí-lo com ações e empatia

           Não é tarefa fácil congregar inúmeras subjetividades de forma harmônica. O mundo distópico que, muitas vezes, desvela-se diante de nós é paralisante, e alguns comportamentos que incluem o egoísmo e a intolerância não ajudam. Analisando desde as grandes guerras por territórios até o enfrentamento da pandemia hoje, com disputas ferrenhas entre os defensores do setor econômico e os autodeclarados guardiões da vida (como se a polarização fosse a resposta), vemos surgir uma conclusão óbvia: nossas mazelas provêm de nós mesmos. As soluções, portanto, também.

          Como mãe, esposa e cidadã, acredito que os alicerces de uma sociedade confortável e salutar se fundamentem na premissa de que todos devem se realizar na intersecção entre seus direitos e deveres. Parafraseando o sociólogo Émile Durkheim, a organização social deve ser semelhante a um corpo biológico, cujas partes são responsáveis pelo funcionamento pleno do todo. Como professora, baseio minhas ações nessa convicção e partilho, com a cidade que adotei como minha, Londrina, meus esforços constantes na realização diária do sonho dos gigantes que habitam em mim: Martin Luther King e Rosa Parks, com seus imensos desejos por equidade e justiça; as jovens Greta Thunberg e Malala, com suas lutas pelo meio ambiente e pelo direito à educação; Aracy Guimarães Rosa e sua corajosa batalha contra as trágicas consequências da intolerância. Não ouso comparar-me a eles, mas pessoas que se posicionam diante da desventura com olhar de alteridade são meus modelos na prática da Educação.

           Em minha profissão de professora e em minha missão de mãe, ensino a ler um texto criticamente; a debater com argumentos; a discutir ideias, não ofender pessoas; a manter o ambiente limpo e organizado; a reciclar e recriar nos trabalhos escolares e na decoração da casa; a usar a criatividade e o diálogo na solução de problemas; a ser tolerante com realidades não vividas; a olhar atentamente o irrisório e fazer nascer, no papel, uma crônica; a experienciar a literatura e deixar que a catarse aconteça; a escrever um poema vindo da alma. Enquanto conhecemos os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Planeta Terra propostos pela ONU, esclareço aos meus filhos e aos estudantes que a pretensão dos resultados não devem minar as pequenas atitudes: toda grande realização começa com uma iniciativa.

           Com isso, em 2040, a cidade que quero para mim, minha família e todos os cidadão desse recanto do norte paranaense é uma Londrina diversa, empática, tolerante e dialógica – de paz. Uma Londrina democrática e despolarizada, equitativa e resiliente, criativa e próspera, que nos impulsione, todos os dias, a nos despirmos de nossos preconceitos e a nos reconstruirmos sobre os valores da solidariedade. É um objetivo ousado, eu sei, mas trago como inspiração constante as palavras do poeta francês Jean Cocteau: “Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez.”. Não acredito em sonhos inertes, por isso busco tanto contribuir para a realização do futuro que aqui projetei, afinal, como diria o célebre administrador austro-estadunidense, Peter Drucker: “A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.”

Relato de experiência
Viviane Alexandrino
Nível de escolaridade: Superior Completo e Docente de Língua Portuguesa

Reflexões de um trabalho com uma turminha musical e consciente

           Quando recebi a missão de abordar o tema paz com meus alunos do quinto ano, fiquei com o seguinte incômodo: como faria o envolvimento das crianças com um tema tão importante, mas que eles podiam considerá-lo óbvio. Foi quando eu pensei no perfil da turminha e percebi que eles gostam de música e, assim, poderia envolvê-los na atividade: utilizando a música como mecanismo de reflexão e ouvir deles o que era preciso para uma Londrina de paz, em 2040.

           Então, separei algumas canções que trabalham a paz em seus versos e trouxe para os momentos de partilha de nossas aulas. Uma das músicas escolhidas foi a do grupo Roupa Nova intitulada A paz. A partir das ideais propostas pela letra, a discussão foi imensamente produtiva e até a professora cantou um trechinho ou outro para os alunos. Teve estudante que gostou tanto da música, que a trouxe impressa com várias anotações. Um suspiro de esperança e felicidade para o futuro de nossa linda e querida Londrina.

           Os alunos demonstraram-se muito conscientes, pois ouvi informações como “ tia, é preciso ter igualdade para ter paz”, “a paz é ter a família por perto e com saúde”, “ter paz é ter uma vida digna”, “ter paz é não ter racismo e nem discriminação”, “ cuidar da natureza é importante para um futuro de paz”, entre outras respostas. Uma lindeza! Outros apontamentos também foram dados pelo chat, como os exemplos abaixo.

                                    Parar de brigar e se ajudar

                                    Porque é assunto importante e a chave para um mundo melhor

                                    Ter paz interior

          Assim, nosso trabalho foi conduzido, discutido e finalizado neste momento, já que a paz é assunto para retomarmos sempre que necessário. Aproveito para compartilhar um trechinho da música que meus alunos gostaram e mencionaram com destaque nas discussões.

[…] Só o amor, muda o que já se fez E a força da paz junta todos outra vez Venha, já é hora de acender a chama da vida

E fazer a terra inteira feliz […]

É isso. Que nossas crianças sejam agentes de paz e transformação para nossa cidade, pois a sementinha já foi plantada e logo, logo germinará.