Colégio Interativa Londrina
Diretores: Jane Orsi e Leandro Meneses da Costa

Professora coordenadora dos trabalhos:
Bruna Carolini Barbosa

Membros da comissão julgadora:
Julio Cesar da Silva
Regia Rodrigues
Luísa Negrão         

Desenho
Rafaela Sisti Orsi  
Idade: 15  Série: 1ª Série Ensino Médio
Professora orientadora Bruna Carolini Barbosa

Texto
Nicole Christofoli 
Idade: 15 anos  Série: 5º ano Ensino Fundamental Anos Iniciais 
Professora orientadora Viviane Alexandrino

Desenvolvimento Sustentável Através da Educação de Qualidade

Encontramo-nos inseridos em um contexto de desafios nacionais e globais que impedem o desenvolvimento sustentável em todos os âmbitos sociais, econômicos, políticos e educacionais. A sociedade do século XXI moldou-se pautada na corrente ideológica individualista, a partir da qual as ações estão voltadas para atitudes exclusivamente pessoais, demonstrando pouca ou nenhuma solidariedade com o próximo.

Diante dessa perspectiva extremamente egocêntrica, mostra-se essencial a conscientização da sociedade moderna a respeito da cultura da paz, que implica dotar as crianças e os adultos de uma compreensão dos princípios de respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância e igualdade, envolvendo uma renúncia, individual e coletiva, da violência que, intrinsecamente, está presente nas ações e nos mais variados contextos.

As propostas de ação desenvolvidas pela Agenda 2030 têm seus princípios alicerçados na promoção da cultura da paz e do bem estar social geral. Dialogando com seus objetivos, a fim de assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, bem como promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos, sugere-se ações voltadas à educação – a base de uma sociedade justa. Uma proposta baseia-se no acompanhamento mais efetivo do rendimento escolar de crianças em vulnerabilidade social, para que todas as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-escolar, de modo que eles estejam preparados integralmente para as outras etapas escolares.

Outra possibilidade seria a promoção de palestras, rodas de conversa, e de uma disciplina, inserida no currículo básico, que vise à conscientização dos alunos a fim de que adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para propagar, por meio da educação, o desenvolvimento de um estilo de vida sustentável, para o respeito aos direitos humanos, à igualdade de gênero, para promoção de uma cultura de paz e não-violência, para a cidadania global e valorização da diversidade cultural.

Conforme o supracitado, o engajamento das pessoas e o investimento de órgãos competentes em políticas públicas que promovam o bem-estar social geral da sociedade é essencial para auxiliar no processo do desenvolvimento sustentável das sociedades no âmbito escolar.

Texto de Professor:
Luiz Carlos Manini

O mosaico da paz

Paz talvez seja um dos termos que, tal como Cecília Meirelles disse sobre a liberdade, é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e nem ninguém que não entenda. Construir tal sentimento é uma tarefa desejada, que se entende como uma missão absoluta urgente para que muitos dos problemas que assolam a humanidade possam começar a ser corrigidos. Mas, como construir uma cultura de paz?

O primeiro caminho é conceber a paz como um grande mosaico: ela é constituída por inúmeras ações, pensamentos, enfim, pequenas atitudes, que extrapolam a concepção dos grandes acordos e tratados, e que entende a paz como um bloco monolítico. Assinar um acordo que coloque fim em uma guerra, por exemplo, pode ser um meio de se obter a paz, mas ainda mais importante é trabalhar no sentido de construi-la cotidianamente, por meio de práticas que desconstruam a violência.

O professor, enquanto sujeito que auxilia na formação do indivíduo e que serve de referência ao estudante, é um ator privilegiado nesse processo. A ele, é facultada a possibilidade de, por meio de ações democráticas e inclusivas, construir com os alunos um entendimento que não seja pautado pela imposição, mas pela concordância, pelo consenso. Em meio a suas aulas, o professor, ao dar voz aos alunos, ouvir suas sugestões (mesmo que as negue, mas mostre aos educandos as razões para isso), respeitá-lo enquanto sujeito, colabora para que um ambiente de concórdia se edifique. Mesmo em situações em que o professor julgue ser válida uma ação mais enérgica, comunicar aos alunos as motivações de sua atitude auxilia na compreensão e na legitimação de tal postura.

Referimo-nos aqui à atuação do professor pois, por meio do exemplo, esse sujeito pode desenvolver nos alunos uma perspectiva de que a paz não é apenas a ausência de conflitos, um silêncio esmagador que se imponha a todos. Paz pode, e deve ser, um manejo tranquilo de diferentes interesses, diferentes demandas, surgidas de diferentes contextos, que possam ser discutidos e utilizados para a construção de um consenso. Construindo-se a paz a partir de pequenas ações dentro de uma sala de aula, demonstrando aos alunos que a paz pode ser obtida de maneira negociável, dá-se um fundamental passo na elaboração do grande mosaico que tal sentimento constitui. Ensinando aos estudantes que a via democrática não evita conflitos, mas os soluciona de maneira negociável, a paz começa, no interior de uma sala de aula, a ser edificada, em meio a uma multidão de vozes. Pois, como nos disse o artista, paz sem voz é medo.

Texto de relato de experiência
Bruna Carolini Barbosa 

A paz do mundo começa em mim?

Foi com o questionamento que dá título a este texto que iniciamos os trabalhos para o Londrina Pazeando. A partir do diálogo motivado por essa pergunta, os alunos foram convidados a pensar em como a paz, tão discutida e almejada, depende da predisposição individual para a sua construção. É em cada um de nós que ela pode fazer morada. Contudo, ações individuais, isoladas não têm o poder de articular mudanças em escala global e foi a partir desse encontro – entre o individual e o coletivo – que a conversa começou a ganhar ares propositivos: como construir a paz?

Os alunos, ao vislumbrarem ações para o bem-viver chegaram a paradoxal sociedade contemporânea, marcada por grandes tragédias e conflitos e questionaram-se da real possibilidade de construção da paz. O otimismo da juventude impulsionou a conclusão de que, por mais que haja um cenário que aponta para o lado oposto, não há outra opção a não ser continuar acreditando e agindo – não só no nível discursivo – na busca por outros futuros possíveis. Tendo como bússola a Agenda 2030 e seus ODS iniciaram o alicerce deste magistral projeto, a paz.

Ailton Krenak, indígena e ambientalista, sem idealizações ou romantização das desigualdades, conflitos e iniquidades, convida a uma construção coletiva de um novo modo de compreender e estar no mundo:   “vamos aproveitar toda a nossa capacidade crítica e criativa para construir paraquedas coloridos. Vamos pensar no espaço não como um lugar confinado, mas como o cosmos onde a gente pode despencar em paraquedas coloridos.” Aceitamos o convite e aqui iniciamos a jornada para arquitetar “ideias para adiar o fim do mundo”.